= A Verdadeira História do Dr. J
Online =
(Momento 1)
- Dr. J foi o nome de rebatismo, do ressucitado jornalzinho do Diretório Acadêmico de
Medicina Josué de Castro, quase um filho meu, como a galera costumava chamar, afinal, no
início, até o número 3 pelo menos, o lance fluiu tipo one-man-band, só eu e Deus
guiando a coisa. Aí, como é normal, a publicação foi crescendo, ganhando importância
demais e iniciou-se a pentelhagem. Todo mundo queria meter o bedelho, fazer linha
editorial, censurar, etc. Ok, ok, eu comecei a coisa, mas o lance era do diretório. Não
pensávamos igual, pulei fora. Hoje ainda contribuo com o que posso, mas a verdade é que
no geral, o jornalzinho andou meio caído. Hoje a Laurinha a Isaura deram
uma bela duma recauchutada e o Dr. J deu novamente uma de fênix. Saudades.
(Momento 2)
- Gostava muito do que eu fazia, mas não concordava em seguir "linha
editorial", muito menos ter pudores ao escrever as coisas. Liberdade era minha
amante. Let it be, never mind the bollocks, eu pensava. O resto do povo não pensava igual
a mim. Fui pensar separado, por opção própria e sem partilhar as razões dessa decisão
com ninguém. Eu ainda tinha todo tesão de um projeto, mas faltava materializar. Fiquei
uns meses ruminando.
(Momento 3)
- Conheci pessoas. Troquei idéias. Tudo que eu queria era um canal de comunicação com
um universo de leitores. Eu produzia, eles liam. Pessoas colaboravam, produzindo mais, e
aumentando a massa. Não importa o quê, quanto, como; os leitores diriam, dariam
feedback, colaborariam. Criar-se ia uma pequena comunidade crítica e autotrófica sobre o
próprio livre-pensamento e livre produção literária. Valia escrever tudo. Sem
restrições. Mas não sabia onde arrumar leitores. Faltava algo ainda.
(Momento 4)
- Fui escrevendo e acumulando material. Quase perdi o tesão, mesmo tendo chegado a listar
possíveis colaboradores do projeto. Até que conheci o Cardoso Online - COL. Pronto. fermento violento
na minha mente. Fanzine por e-mail. E-MAIL, meu elo perdido. O algo que faltava. O caminho
para os leitores. Mas peraí, caceta, isso num é plágio? Não, não, a idéia da
distribuição por e-mail é minha solução, e a feliz coincidência de uma galera que
escreve na base do vale-tudo viver ativamente na fria Porto Alegre me animou muito. Os
gaúchos não conseguem deixar de ser bairristas. O COL é gaúcho, e criou um universo
próprio em torno dele. Aqui seria outro universo, com outro contexto, apenas com os
mesmos fundamentos. Assim como peixes são peixes, mas uma carpa jamais será um tubarão.
(Momento 5)
- Nome, nome.... Putaquepariu, que nome vai? Um que eu adoro, claro, o do meu
"filho" lembram?
Dr. J. Agora sim: plágio confesso do COL e do resto do cibermundo: Dr. J Online. Yeah.
Pra quem não sabe, é uma homenagem a Josué de Castro, médico, subversivo, inteligente
pacas, e que detonou, praticamente esmigalhou com a cultura de exploração
justificada por teorias absurdas que reinava no Brasil do meio do século XX. Isso só
observando a fome e miséria nos mangues recifenses. A ditadura militar tremeu na base com
medo. Nas horas vagas, ainda foi geógrafo, sociólogo, poeta e político. E pegou umas
gatas lindas da época. Visite www.josuedecastro.com.br
para maiores informações. É o nome do meu diretório acadêmico ( medicina UPE)
e um cara muito Afudê. Homenagei quando fiz o novo jornalzinho do D.A. e daí me
apaixonei pelo logo "Dr. J". Pra batizar esse zine, não me repeti, não, ao
contrário do que vocês podem pensar. Informatizei. Agora é fanzine por e-mail. Curtam,
amiguitos...
= Dr. J Online =
Leonardo Araca |